De acordo com os dados do observatório do mercado do leite referentes a junho, a quebra do preço na União Europeia chegou a 20%
O preço do leite cru caiu, em junho, 20% na União Europeia (UE) e 16% em Portugal, face ao mesmo mês de 2014, tendência que deve manter-se nos próximos meses, noticia a agência Lusa.
Segundo dados do observatório do mercado do leite, em junho, o preço médio da tonelada (100 quilos) de leite era de 30 euros, uma quebra de 20% face ao mesmo mês de 2014, de 1,8% face a maio último e de 9% em relação à média dos últimos cinco anos.
As estimativas do observatório apontam para que o preço do leite cru continue a recuar nos próximos meses e tudo aponta para que os produtores enfrentem dificuldades de tesouraria. Em Portugal, na variação homóloga – e segundo a mesma fonte – o preço do leite caiu 16% e em cadeia recuou 0,7%, para os 28,8 euros por tonelada, o mínimo desde janeiro de 2013.
Em termos de comparação e também desde janeiro de 2013, o preço máximo do leite cru foi registado, em Portugal, em abril de 2014: 37,8 euros por tonelada. Junho foi também o mês em que o preço médio do leite cru na UE atingiu o seu mínimo (30€), tendo o máximo (40,2€) sido registado em dezembro de 2013. As estimativas da Comissão Europeia apontam para uma estabilização dos preços em julho, na média da UE e também em Portugal. Segundo o relatório de julho do observatório, a produção de leite na UE aumentou 2,7% em maio, levando o acumulado dos primeiros cinco meses do ano a um nível 0,2% acima do de 2014. Portugal é o 16.º produtor de leite na União Europeia (UE), com 1,2%, numa tabela liderada pela Alemanha (19,7%), a França (15,9%), Reino Unido e Polónia (8% cada), segundo dados do Eurostat.
As dificuldades verificadas no mercado do setor serão debatidas na segunda-feira, num Conselho de Ministros da Agricultuta da UE em que Portugal estará representado pela titular da pasta, Assunção Cristas. Portugal quer, juntamente com outros países, que Bruxelas aumente o preço de intervenção (ajudas públicas) no mercado, para ajudar os produtores em dificuldades.
ESCRITO A 7 DE SETEMBRO DE 2015