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PODE SER ENGANOSO O AUMENTO ESTATÍSTICO DO NÚMERO DE AGRICULTORES
Os recentes números das estatísticas oficiais apontam para uma redução do desemprego em Portugal, notícia “estatística” que deve ser saudada…caso a realidade da vida a confirme, como é óbvio.

Ainda segundo essas estatísticas, boa parte dos que deixaram de estar desempregados ou inactivos estão agora a trabalhar no sector agrícola, outra notícia “estatística” que deverá ser saudada…se assim for de facto.

Embora com alguma cautela, o governo já está a propagandear, a pretexto, os difusos “sinais” da retoma económica, o que também seria bom se a vida o confirmasse sem margem para dúvidas…

Naquilo que toca ao significativo aumento estatístico do número de Agricultores -activos (ou ex-desempregados) – uma “radiografia” à situação permite ver:

--- Há algumas centenas de Jovens Agricultores que se instalaram e que o fizeram porque estavam de facto desempregados e sem outras perspectivas. Muitos deles foram atraídos pela propaganda oficial do “oásis” na Agricultura e pelo “brilho” de algumas das ajudas públicas ( subsídios) à instalação de Jovens Agricultores.

Porém, estão agora a ser confrontados com a alta taxa de impostos (IRS) que incide, precisamente, sobre as ajudas que estão a receber - ajudas à primeira instalação e ao investimento -- tributáveis em 75% do respectivo valor. Uma brutalidade que pode ser fatal para os Jovens e menos jovens Agricultores que viram aprovados projectos à instalação e ao investimento nas suas Explorações Agrícolas !

--- Há alguns milhares de (pequenos e médios) Agricultores que, sentindo-se ameaçados pelas novas imposições fiscais que o governo está a aplicar, se foram colectar às Finanças, deram “início de actividade” e, assim, vieram aumentar o número oficial de “novos” Agricultores mas sem que o sejam de facto.

Efectivamente esses mesmos milhares de “novos” Agricultores já trabalhavam ( e muito…) no sector agrícola embora, até este ano de 2013, não influenciassem significativamente as estatísticas oficiais do emprego e do desemprego. Agora, passaram a constar oficialmente na profissão e empolaram os números divulgados nas estatísticas.

Portanto, os milhares de “novos” Agricultores – antes e alegadamente inactivos ou desempregados – correm o risco de desaparecer outra vez das estatísticas oficiais e pior do que tudo, correm o risco de desaparecer como Agricultores.

Isso, muito em consequência das más políticas agrícolas e de mercados aplicadas por sucessivos governos e pela União Europeia e, agora, também por causa das más políticas fiscais do actual governo sobre os pequenos e médios Agricultores.



SIM ! SÃO NECESSÁRIAS OUTRAS E MELHORES POLÍTICAS FISCAIS !

SIM ! SÃO NECESSÁRIAS OUTRAS E MELHORES POLÍTICAS AGRO-RURAIS


E É NECESSÁRIO OUTRO GOVERNO CAPAZ DE AS DEFINIR E APLICAR !



Coimbra, 8 de Agosto de 2013


A Direcção Nacional da C N A
ESCRITO A 9 DE AGOSTO DE 2013
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